quarta-feira, 10 de março de 2010

Carta de amor para meu inimigo íntimo



Você me olha como se eu representasse uma afronta e uma esperança a ti, e eu sei que sou ambas. Consigo te enxergar através de sua armadura e tenho o poder de tirar-te desta harmonia desoladora - cinza e gélida - em que sua vida está aprisionada.
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Eu poderia lhe mostrar que o mundo pode ser muito mais, muito melhor do que você imagina e lhe ensinar algo valioso: a felicidade não pode ser medida em cifrões, como você tenta em vão medir.
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Às vezes você parece ter uma certa raiva de mim, ou inveja. Não. Inveja não é exatamente a palavra. É uma admiração raivosa. "Como pode ser assim? Como pode! Tão livre, tão... Tão!?". O que você não percebe é que também poderia ser assim mas, para que isto ocorra, você deve fazer a coisa mais difícil que já fez na sua vida: 
Permitir-se ser.
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Eu gostaria de lhe mostrar que o mundo é bem melhor do que você imagina, mas você reluta em aceitar. A escolha é sua... Do fundo de meus sentimentos espero que, algum dia, você seja feliz. Comigo ou sem mim.
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Liberte-se e me dê a sua mão, que eu te levo.



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OBS: Crianças, NUNCA se envolvam com uma pessoa indisponível, ok?

Um comentário:

Thiago Cavalcante disse...

Oi, Heric! Encontrei seu blog na comunidade Clarice Lispector e tomei a liberdade de ler parte de suas letras, e cá estou eu.

Seu texto me levou à essência da obra de Clarice: Ser-se. Como ela escreveu: A vida-se-me-é.

É difícil enfrentar a liberdade e ir atrás de uma verdade invetada. Nem todos conseguem... faço votos sinceros que você consiga, dia a dia.

Um abraço.
Linda semana para você!