segunda-feira, 4 de março de 2013

Os americanos sempre culparão os Índios pela morte dos Cowboys


Seis e cinco da tarde. Dia de prova. Saio da biblioteca para espairecer, ver gente, tomar um café. Ah! Se não fosse o café...

Sentei num daqueles bancos de praça do Minhocão para olhar o movimento de pessoas. O Minhocão neste turno fica mais diverso de público, digamos. Deve ser porque muitas das pessoas que estudam neste turno também trabalham e moram em outros locais do DF, sem ser por aqui, na Ilha da Fantasia em formato de avião.

No andar de cima, numa daquelas salas dos Centros Acadêmicos, ouço uma música familiar. "- Mapfumo!?!?". Olho para frente e vejo um cartaz informando que estava a acontecer a Semana da América Latina e África ou alguma coisa do gênero. Junto ao cartaz estavam expostos, em grandes painéis, retratos de artistas, políticos e celebridades destes locais, como Mercedez Sosa, Mandela, Che Guevara, Lula, Tiririca e mais outra pessoa que eu não soube reconhecer, mas que lembrava muito o jornalista e filósofo Olavo de Carvalho. Quem sabe...

Bebi o café em dois goles e a água apenas em um. Ah! Se não fosse o café...! Sentado no banco de praça do Minhocão, respiro fundo e aprecio o vai e vem dos jovens apressados por natureza e os retratos expostos da chamada elite cultural afro-pan-americana, enquanto descanso e o sol se põe ao som de Mapfumo. Será que algum dia sentirei falta desta época? Ainda não sei... Enfim me sinto 100% integrado a este ambiente e percebo que, mesmo sozinho, consigo sentir prazer e deleite em pequenas situações do cotidiano. Talvez o nome disso seja independência emocional.

Movido pela curiosidade, subo os degraus e - para o meu espanto - vejo um rapaz fazer uma abertura no chão com as pernas enquanto segura alto, com uma das mãos, uma garrafa de Stella Artois, e várias pessoas dançando, bebendo, sorrindo e fumando - tudo ao mesmo tempo. Mais um happy hour improvisado num começo de noite normal na UnB. Talvez eu fosse um universitário melhor se, ao invés de tomar cafezinhos antes da prova, eu tomasse uma cervejinha, de leve. Infelizmente eu ainda não sei dançar. Por enquanto.



OBS: Eis a canção. Belíssimo título!